No dia 16 de outubro, dia do aniversário da formação da FAO – Food and
Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação), comemora-se o Dia Mundial da
Alimentação.
As comemorações deste dia
realizam-se com múltiplas atividades em todo o mundo, através de eventos
artísticos, desportivos, familiares, diplomáticos e académicos, que procuram
aumentar o nível de consciência das pessoas sobre a segurança alimentar, a fome
e os desafios da alimentação e da agricultura.
Todos os anos é escolhido um
tema para as comemorações do Dia Mundial da Alimentação. Para este ano foi
escolhido o tema “Cooperativas Agrícolas Alimentam o Mundo”.
Independentemente dos temas
escolhidos, um problema que nos deve preocupar a todos, especialmente em tempos
de crise económica, é a fome e a necessidade de obter alimentos por parte de
todas as pessoas. Para facilitar a reflexão sobre este assunto, o Agrupamento
de Escolas de Montargil decidiu trabalhar a Lenda da Sopa de Pedra.
No dia 16 de outubro alunos,
professores e funcionários contarão com algumas surpresas na refeição servida
no refeitório. Espera-se que a refeição seja do agrado de todos e que incentive
a prática de refeições mais agradáveis e saudáveis, sem que sejam esquecidos
aqueles que necessitam de ajuda para terem apenas alimentos suficientes para ir
“enganando” a fome.
Para refletir,
aqui fica a Lenda da Sopa de Pedra.
Lenda da Sopa de Pedra
Um frade andava no seu peditório. Chegou à porta de um lavrador e não lhe
quiseram aí dar esmola. O frade estava a cair com fome, e disse:
- Vou ver se faço um caldinho de pedra…
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para
ela, para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do
frade e daquela lembrança.
Perguntou o frade:
- Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa boa!
Responderam-lhe:
- Sempre queremos ver isso!
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
- Se me emprestassem aí um pucarinho…
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra
dentro.
- Agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas…
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, tornou ele:
- Com um bocadinho de unto, é que o caldo ficava um primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa
pasmada pelo que via. Dizia o frade, provando o caldo:
- Está um bocadinho insosso. Bem precisava de uma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e afirmou:
- Agora é que, com uns olhinhos de couve o caldo ficava que até os anjos
o comeriam!
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras.
O frade limpou-as e ripou-as com os dedos, deitando as folhas na panela.
Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade:
- Ai, um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça…
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriça. Ele botou-o à panela e, enquanto se
cozia, tirou do alforje pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo
cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço. Depois de despejada a
panela, ficou a pedra no fundo. A gente da casa, que estava com os olhos nele,
perguntou-lhe:
-Ó senhor frade, então e a pedra?
Respondeu o frade:
- A pedra… lavo-a e levo-a comigo para outra vez!
Conto
tradicional português recolhido por Teófilo Braga